Isabel Lorenço nació en 1966 en Zurich, Suiza, donde vivió hasta los 13 años. En Portugal continuó sus estudios asistiendo a los cursos de Idiomas y Literatura Moderna en inglés / alemán en UL y Sociología de la Universidad Abierta de Lisboa. Trabajó como traductora y relaciones públicas de diversas empresas e instituciones, y ha dedicado gran parte de su vida a la defensa de los derechos humanos, en particular la causa del Sáhara Occidental.
En este contexto ha seguido como observador internacional la situación que vive el pueblo saharaui, tanto en los territorios ocupados como en los campamentos de refugiados y preparado informes para las Naciones Unidas (en particular sobre las condiciones de los presos políticos, mujeres y niños), y ha participado en 28 períodos de sesiones del Consejo de Derechos Humanos en Ginebra.
Como miembro de la Fundación Sáhara Occidental asistió a varios juicios presos políticos saharauis que se esfuerzan para denunciar los graves erroresy violaciones de procedimiento del derecho internacional.
Como es habitual en los círculos solidarios, muchos envidian el trabajo que Isabel hace siempre en la sombra. Es una mujer que no le gusta aparecer en el escenario. Escribe sin cesar para las delegaciones saharauis en Portugal y Brasil, prepara charlas, informes, listas, peticiones, comunicados. Siempre detrás del telón, nunca delante porque ella lo que “le alegra y le da satisfacion es saber que lo que hace fue algo util y que ha tenido un efecto práctico”. “no quiero ni cargo ni titulos, yo solo quiero paz y ayudar. Cuando termina el dia yo duermo tranquila
y el dia del juicio final cuando me pregunten en las puertas del infierno o del paraiso qué hice con mi vida, podré decir que hice lo mejor que podía y sabía para que mi estancia en la tierra no fuera inutil”.
Es que Isabel no busca fama, ni prestigio ni hacerse publicidad cabalgando sobre la causa saharaui. Su felicidad es interior ayudando a los saharauis.
El 27 de junio hablará de la cuestión del Sáhara Occidental en la Asociación de Escritores de Mozambique en Lisboa. Presentará el caso del sahara através de la historia de uno de los presos políticos saharauis: Su nacimiento en el Sahara español, la invasion, la guerra. la separacion de las familias. la construcion del muro. el alto fuego. su salida en patera, su sacrificio en la diaspora, la vuelta. el desempleo, el acoso, la resistencia, gdaim izik, el juicio. la condena perpetua, la traicion de la comunidad internacional, etc.
Isabel es todo un ejemplo a seguir.
LETRA ABIERTA AL PRIMER MINISTRO DE PORTUGAL
Carta aberta ao Exmo. Senhor Primeiro Ministro de Portugal, Dr. Pedro Passos Coelho e Exmo. Sr. Ministro de Negócios de Estrangeiros, Dr. Rui Machete Lisboa, 16 de Junho de 2015 Exmo. Senhor Primeiro Ministro de Portugal, Dr. Pedro Passos Coelho Exmo. Sr. Ministro de Negócios de Estrangeiros, Dr. Rui Machete Como mãe e cidadã portuguesa venho por este meio manifestar a minha solidariedade para com Tekbar Haddi, uma mãe saharaui, que iniciou uma greve de fome no passado dia 15 de Maio por tempo indeterminado, em frente ao consulado marroquino em Las Palmas de Gran Canaria, onde reside, devido ao assassinato de um dos seus filhos, Mohamed Lamine Haidala, um jovem, de 21 anos, por colonos marroquinos e subsequentes maus tratos por parte das autoridades marroquinas e negligência médica grave. Hoje é o 33º dia da sua greve. Mohamed Lamine Haidala morreu a 8 de Fevereiro em El Aaiun, nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, após ser atacado por um grupo de colonos e torturado pela polícia marroquina. O jovem saharaui foi agredido e torturado, sofreu um golpe de tesoura no pescoço, ferida que não foi tratada. Após ter passado pelo hospital e gravemente ferido foi levado para a prisão (enquanto os seus atacantes seguiam em liberdade) sem acesso a cuidados médicos até que voltou ao hospital, onde lhe negaram assistência, foi para outro hospital em Agadir fazendo mais de 640 km’s e acabou por falecer. Tekbar Haddi deslocou-se a El Aaiun para pedir uma investigação e para ver o corpo, mas ambas as situações foram-lhe negadas. Como resposta, obteve perseguição policial e invasão da casa da sua família, torturas aos seus familiares e destruição de propriedade, pois não cedeu à pressão e não aceitou o suborno que lhe foi proposto para que fizesse o funeral do seu filho sem saber do seu paradeiro e sem exigir uma autópsia para provar o que realmente aconteceu. Até hoje, as forças de ocupação não lhe devolveram o corpo do filho e ninguém sabe onde se encontra e a casa da sua família nos territórios ocupados encontra-se cercada. Esta situação representa uma grave violação dos direitos humanos, é inconcebível a privação do direito desta mãe poder fazer um funeral digno do seu filho que foi torturado e assassinado. Esta não é uma situação isolada e é resultado direto da invasão e ocupação que dura há 4 décadas do Sahara Ocidental por parte do Reino de Marrocos que viola sistematicamente os direitos humanos condenando o povo saharaui à pobreza, à violência, à separação de famílias, torturas, sequestros, prisão, desaparecimentos forçados e expolia de forma selvagem e irresponsável os recursos do território. O Sahara Ocidental está sob os auspicios das Nações Unidas, pertence à lista dos territórios não autónomos da 4a comissão para a descolonização e a ocupação de Marrocos está claramente definida como ilegal à luz da lei internacional e todas as resoluções das Nações Unidas. Apelo ao governo português que passa das palavras à acção, que faça jus às declarações proferidas durante a recente visita do governo português à Argélia onde defendeu uma solução justa e reafirmou o direito de autodeterminação do povo saharaui. Peço que assuma uma posição firme em defesa do povo saharaui, exigindo o respeito pelo direito internacional e pelos acordos internacionais e o fim da ocupação do Sahara Ocidental e a ampliação da MINURSO (Missão das Nações Unidas para um Referendo no Sahara Ocidental) a uma efetiva e eficaz monitorização dos direitos humanos com o fim da realização do Referendo num mais curto de espaço de tempo possível. Apelo ao governo português que interceda junto do governo marroquino pedindo justiça para Tekbar Haddi que apenas quer enterrar o seu filho de forma digna, que se faça uma investigação, uma autopsia independente e que os culpados sejam levados à justiça. Uma revindicação justa e simples que não pode ser negada a nenhuma mãe num estado de direito. É com profunda tristeza e desgosto que lhe dirigi estas palavras. Respeitosamente,
Isabel Lourenço
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